No televisor do café imagens estranhas. De perto, pormenores de objectos muito antigos, sinuosos, retorcidos. Não percebo. Achados arqueológicos? Troncos queimados? Cachos de ostras fossilizadas?
Afinal são mãos de pessoas com lepra, reduzidas à coisas, primeiro pela doença, depois pela câmera. O meu olhar cruza o do taberneiro, um calmeirão. Não precisa de mais nada, pega no comando e muda de canal. Desenhos animados.
"Agora ponho isto muitas vezes, mesmo quando estou sozinho. Até com som. No posso mais com o Freeport, nos quatro canais, é isto ou a neve. Aquilo pelo menos tem muita arte. E é bonito. Tou farto de depressões".
Lá fora, a chuva transformou-se em granizo. No ecrã, quatro bébés pinguins vão acampar. O que é mais giro que um pinguim? Um bébé pinguim.
Feb 4, 2009
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