Aug 29, 2011

pecado contra o espirito ( aquele que é ventinho bom)

sabes aquele defeito... qual defeito, quase pecado mortal! ... que as vezes se descobre nos amigos de longo curso?
e uma pessoa fica ali meia atarantada sem saber se há de se zangar para o todo o sempre ou se pensando melhor este amigo que foi amigo e é amigo, vamos perdé-lo por uma porreta que nunca interessou durante aquele tempo todo?
sabes?
a lingua portuguesa não tem palavra para "fou rire".

Aug 28, 2011

et l'ouragan


A chaque réveil, les âmes dans les rêves jouent aux chaises musicales. Tu palpites au bord du conscient? Les âmes se bousculent. La plus rapide, la plus maligne, celle qui a trouvé l'entrée la plus inattendue? L'une d'elles te prend, tu seras son siège pour la journée (son petit tabouret à trou).
Une âme se retrouve sans personne, elle a perdu? C'est d'elles que sont faits les courants d'air. Et l'ouragan gan gan

Aug 25, 2011

Aug 24, 2011

mieux vaut tard que dans l'placard

c'est intéressant une fatigue nouvelle.
ni les bras, ni les jambes. C'est-à-dire si, les jambes, mais pas les cuisses, plutôt le reste du bas, les mollets, et les pieds!!
les épaules aussi, mais pas la partie des bras, celles des omoplates.
et on verra demain si j'arrive à tourner la tête. j'ai des doutes.

Aug 23, 2011

bon. et si à l'instant où un être cesse d'exister, toute photo de lui s'effaçait instantanément?

Aug 22, 2011

rise of the planet of the apes

a movie where what makes the difference between a stupid ape and one who enjoys over-human intelligence is that the enlightened one understands it's better for him/her to obey the alfa-ape. ( oh, and has green eyes, i almost forgot).
all said.
a hell of a waste. or a really flat-ironed attempt at beeing cynical. but no.
 charlton and dr. Zira
 jane and uruhara

Aug 21, 2011

carabitoto

faz bem saber que mesmo agora há partes da Terra onde é noite e outras onde é inverno, mas, oh, gostava tanto que não fosse domingo em todo o lado.
se lá onde estás tu, por exemplo, fosse quarta feira; que alívio, que grande alívio.

Girls and the absolute superiority of fiction over reality

Only once did I really think that I needed a car. It was back in 85, or maybe 86. Since I didn't know anything about engines, a friend of mine, a garage mechanic, took me to a second-hand seller to help me choose. After much looking around, I decided on a big red mercedes diesel (big in size, not power). Driving home, my friend gave me a strange lecture about what it ment to be a mercedes driver, how it would separate me from the rest of the flock, how the possession of something valued as the best would make people envious, but also litterally make me better. We were not even twenty-five. It turned out the car had a hidden problem and didn't last a year. As for my friend, he went on to become very successful in his field (not mechanics anymore...), so successful you probably have heard of the things he does.
Me? I believe now the real reason I bought that car was that the lock of its trunk was broken and wouldn't open. The owner explained he couldn't remember what was inside.
I don't either, but how we opened it, and the following disappointment, yes, I do.

Aug 18, 2011

une mère et sa fille

Elles parlaient italien. Avec elles un petit garçon aussi lippu que si un frelon l'avait piqué, une femme qui aurait pu être la jumelle de celle-ci, et deux hommes très différents. 20 ans entre eux, 30 kilos. Le plus vieux avait l'air plus calme. Bien plus calme. C'est le jeune qui donnait l'impression d'être le père du gosse, bien que la disposition autour de la table annonçât le contraire. Ils se sont partagés les pâtisseries entre tous, mais chacun a eu son café.
C'est petit un café.

Aug 16, 2011

Pina Bausch

"man kann eigendlich alles lesen"

....


ce jour-là
toutes qui que nous soyons
les vieilles et les nées l'autre mercredi
les coupeuses de respiration et les invisibles distraites
toutes, les hommes inclus, toutes toutes sans exception de l'humain
ce jour-là
on a vu le bouton de nos seins 

c'est parce qu'on dansait 

Aug 15, 2011

...


Há tristezas nas quais é melhor mergulhar, na companhia imaginada dos que fazem falta, do que deixar que nos distraem delas os mais bem intencionados amigos. Não as ter bebido até ao fim fica como um remorso, uma cobardia.

Aug 11, 2011

intimacy of strangers

- Falta pouco para eu fazer cinquenta anos. Não teria medo da idade, você?
A fruteira pesa as uvas antes de responder a mulher encostada numa caixa de alhos, a mala bem segura contra o peito:
- Não teria não. Mas por mim, já não quero.
- Faria tão bem à minha filha...
De repente vira-se para Emília.
- E você?
- Desculpe?
- Ter um filho. Nas nossas idades?
Emília um pouco espantada. Vê-se. A mulher explica.
- É que ele não tem. O meu.. não é marido... E eu tenho a minha filha... 
Emília nem pensa.
- Medo porquê? Não tenha medo. Se engravidar...
O sorriso da senhora, por cima da caixa dos alhos, o sorriso da senhora.
- Tenho ido aos treinos.

Um segundo suspenso, olhos nos olhos, mulheres.
Sorrir. Abrir.
- De onde é, você?



Aug 10, 2011

la petite radio de la cuisine dit 37 pour Beja 34 pour Lisbonne 28 pour Ponta Delgada.
soif subite j'ai l'ennui du brouillard

Aug 9, 2011




















first it was cold
the tide at its lowest
wide shallow pools reflecting shredded clouds
pale seals in red trunks
we jumped in the waves
played and stayed apart

then to set
just over the horizon the sun came forth
there is no getting used to such gold
such blue
as we dressed
a child chased sandpipers through the pools touched by glory




Aug 6, 2011

Calor. Espreito na arca congeladora da mercearia russa ( uma vez encontrei lá um gelado de kefir e avelã.) Hoje vejo sanddorn, baginha laranja, nunca vista assim, inteira. A empresa é alemã, especializada em produtos para o leste. Daí o nome. Dicionário... Sanddorn é espinheiro marinho, ou falso espinheiro, a não confundir com espinheiro, que é como quem diz pilriteiro. Isto é, comestível, mas nada de especial.
Enquanto sanddorn... Natal de 1980, primeira grande viagem de boleia, sem um tusto, planeada como se fossemos atravessar o himalaia em dois dias (iamos da suiça até copenhagen) e portanto com os bolsos cheios de barras alemãs de sanddorn, que eu tinha decidido eram o alimento mais leve e o mais nutritivo.  Nesta altura ainda não sabia que de boleia morre-se de frio, de tédio, de medo até, mas não de fome.
Bom mas o sanddorn? Como é que se prepara? A merceeira ucraniana explica, cabeça impressionante, como no seu pouco vocabulário consegue arranjar palavras que conseguem tocar no essencial. Sintética.  Faz-se uma bebida, com açucar.  Tão bom, útil para tudo, uma maravilha. Entusiasmada, chama-me  querida a cada frase, no início  e no fim.
Gosto.
Estranha lei, esta, que governa o aceitar dos enternecimentos mercantis. Da mesma família, me parece, que a que nos torna susceptíveis aos argumentos de certos mendigos, e doutros não.  A primeira vista, tem a ver com sinceridade, mas não só. Vou ter que pensar um pouco.
Mas para a compota acidulada que dalí saiu, não é preciso  pensar. Até a cor faz feliz.

Aug 4, 2011