Ela se passeia num trilho, resto da Mata Atlántica, felizinha atrás das borboletas. Pouco a pouco um barulho crescendo, uma inquietação. Ruido de bicho, lembra exército de cupim, Emília anda bem no meio do caminho.
Aquilo cresce mais e mais, até que ela se sobressalta com uma abelha negra, por certo predecessora dum enxame assassino.
Sai do trilho, aparece gente, ninguém se rala com o iminente ataque. Bom. Emília se acalma, vai procurando. Et hop, no tronco duma palmeira imperial, lá está ela, inocente, um polegar de comprido, a capacidade sonora de uma fábrica raivosa, uma cigarra.
Lá som favorito, potenciador de verão, maneira de ouvir o silêncio, cá estridulação de broca craniana se enfiando ali mesmo onde nenhum barulho é chamado.
De longe, talvez.
Dec 6, 2009
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