Ele,
sofredor, com a cara enfiada nas mãos. Ela, preocupada com ele. Pergunta com os olhos, que tens? Ele evita responder. Ela procura na
mochila, tira algo que esconde na mão, leva-o à boca, morde metade. Sorri. Estende a mão fechada ao amigo, será o pai da criança? numa oferta silenciosa. Ele sacode a cabeça, não quer. Ela insiste, sempre em silêncio, entreabre a mão, os olhos falam, vê o que tenho para ti. Entre os dedos, o verde ácido
duma destas pastilhas enormes em feitio de melância, delícia de criança pequena. Ele continua a
recusar, tanta intimidade pública. Ela de mão estendida, meiga, eterna. Ele aceita. Mas cabisbaixo, não é com ele.
Já passaram duas estações quando finalmente põe furtivo o rebuçado na boca.
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