Oct 22, 2011

Assim, sonhos.



No primeiro realizava um filme sobre alguém que aprendia a dançar. Mas, de fora e de dentro ao mesmo tempo, era ela que dançava. Via-se num treino, caindo e voltando a cair na neve, as pernas fortes e vermelhas saindo do reviravoltar da saia. Deram-lhe, para música, um aparelinho tipo ipod ao contrário, que lhe deu o ouvido dos anjos. Microfone direcional perfeito, permitia ouvir os outros como se as suas conversas fossem faladas directamente para dentro da cabeça dela. E viu a sua própria cara naquele primeiro momento de ouvir assim, de estar tão perto. Parecia aquele bébé surdo a quem fizeram um implante de cocleia: de repente a mãe tinha voz. Para ela o mundo. E o seu sorriso de olhos fechados era o início da dança melhor.

No segundo um velho cão amigo de repente conseguia falar e dizia duas coisas : que a amava desde sempre e que precisava de ir ao veterinário, mas podia esperar pela segunda feira.

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