o quase morto com paciência recolheu os seus ossos espalhados no campo da queda. Muito tempo ainda lhe faltou um ou outro. Perdeu coragem, perdeu esperança, não perdeu a rotina teimosa. Acabou por encontrar os últimos bocados, poucos mas imprescendíveis. Uma mulher toda lisa veio, ensinou do zero. O quase morto reaprendeu, cada gesto uma vitória, cada letra uma reconquista.
Voltou a andar sozinho, a cabeça também já rolava as suas águas de antes. Na boca o sabor do morango roubado ao tigre. De novo vivia.
Até que no corpo lhe nasceu a saudade do duplo mortal. Primeiro pareceu mera memória muscular, coisa inofensiva, quase que doce.
Primaverou. Então é que insidiosa traidora tenebrosa do dia para a noite a saudade fez dele quase vivo.
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