Nov 20, 2008

na minha rua

É a hora onde o céu ainda está violento com o poente de outono, mas nas ruas já é noite. Da mercearia surge uma voz jovem "estive a morrer no hospital e ninguém veio ter comigo. Agora não vou, não." Cheira a tangerina e urina de cão.
Depois, atrás da curva, quando a subida se torna coisa séria e os candeeiros enfraquecem, uma mulher de sari tenta apaziguar a birra do filho mais novo, quatro anitos teimosos num bibe amarelo. O míudo amua, bate com os pés, anda uns passos a frente. O irmão mais velho aproxima-se da mãe, e diz, baixo : "ele é o mais intelligente da escola".

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