há uns dias, uma semana talvez, Emília inocente e distraída foi beber café num egipto de pasteleria. O jornal estava a mão, ela fê-lo durar. Na mesa do lado, dois moços duas moças, todos eles limpinhos e com ar de quem almoça as quatro porque o trabalho é muito, mas não cansa. Um dos moços, cara de se chamar Miguel, rosto longo, maxilento, olhos amêndoas em olheiras redondas, muito juntos entre orelhas imensas, tudo isto salvo de qualquer feiura por uma regularidade áspera de eremita bizantino, Emília viu de ver. Depois saiu e achou-se esquecida. Até que há pouquinho se perguntou donde que vinham aquelas maças-de-adão em todo e qualquer cara-de-homem que lhe saía da caneta, se nunca antes desenhou maças-de-adão. E lembrou.
ó cobra linda cobrinha vai-te do meu caminho
Nov 3, 2008
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