Sep 4, 2012

sem dificuldades que não se possam considerar normais

Há três anos, usamos a bacia do lago de baixo do Jardim Botânico para fazer uma leitura. O lago, claro, estava a seco.


Hoje já não está. Há nenúfaros. Se tem problemas de infiltrações, este lago, é porque nasceu com outro intuito de todo. Foi escavado em 1887, era bem mais profundo, uns 50 metros, e dava acesso às obras do túnel do Rossio. Dois anos depois, quando a obra ficou pronta, resolveu-se não o aterrar por inteiro, transformando-o num lago, com cascata romântica e ponte de ferro.


 

"A construção do Túnel do Rossio teve início no ano de 1887 e foi concluída em 1890. A obra do Túnel e da Estação do Rossio custou 730 mil réis. Dois grupos de operários iniciaram os trabalhos no dia 21 de Maio de 1887: um começou a escavar do lado de Campolide, outro na zona do Rossio. Encontraram-se na noite de 23 para 24 do mesmo mês de 1888.
Inaugurado oficialmente, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, no dia 11 de Junho de 1890, o Túnel do Rossio foi atravessado a primeira vez pelo comboio, um ano antes, a 8 de Abril de 1889. A viagem inaugural demorou cerca de 27 minutos, as máquinas alimentadas a hulha circulavam, então, a 6 km por hora.
O Túnel do Rossio trouxe consigo a tão desejada ligação ferroviária dos comboios nacionais e internacionais à cidade de Lisboa, colocando a Estação do Rossio como principal centro ferroviário do País. A Estação do Rossio, com o famoso Túnel, foi considerada a maior obra de engenharia do século XIX.
Com o comprimento de 2.600 metros, o Túnel foi quase todo escavado por entre rocha calcária. O maciço rochoso garante, por si, a solidez da obra e a parede à vista é, na sua grande parte, apenas um revestimento. São muitos escassos os elementos disponíveis relativos a pormenores construtivos. No entanto, a não ser uma referência a grandes pressões do terreno do lado esquerdo, entre os km 0,360 e 0,390 que obrigaram a reforçar a entivação, não se encontram referências a dificuldades que não se possam considerar normais.
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