Sep 27, 2012

Linha do Douro

Chove. Prometeram que não ia chover. Hortas vistas de cima. Fileiras de couves galegas à sombra das vinhas. Folhas caidas a boiar num tanque. Mais vinhas. Verde e mais verdes. Tantas laranjas desaproveitadas em circulos de cor debaixo das árvores. Depois o rio. Sempre o rio, bicho torto, liso, vivo por entre as encostas distribuindo a sua vida profunda. Uma voz feminina sabe, alto e bom som : "O corpo quer habituar-se mas não pode ser todos os dias a mesma coisa. Ele sabe-lhe bem aquilo, come muita fruta, e aguardente. Quando se sofre, é muito azedo e doce."

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