Apr 4, 2011

nem desenhar dá


o terceiro dia a fotografar objectos defuntos.
(objectos morrem, e nascem outra vez. basta um olhar que gosta, uma mão cuidadosa, um pano-de-tirar-pó)
Por agora estão mortos e mais que mortos e custa virá-los e pegá-los.

Por isto o refúgio da lingua.

Uns, muito poucos, será talvez o meu olhar a trazê-los de volta à vida
(vida de objecto, que não respira)
este, talvez:


Um santo padeiro, com uma braçada de pães.
Vinho e azeitonas trago eu.

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